Era já um fim de dia de Verão mas o calor era ainda abrasador.
No Supermercado uma garota de raça negra tinha na mão uma nota de cinco euros, um pacote de lombos de frango e uma garrafa de Coca-Cola fresca. Não era propriamente a da imagem mas sim da marca branca do Supermercado.
Disfarçadamente ia sendo observada por quem, à frente dela, estava na fila da caixa esperando pacientemente para pagar.
Via-se que nervosamente ia olhando o rótulo do pacote de frango e na outra mão girando a lata de bebida.
Quando se foi lentamente aproximando da caixa acabou largando a lata tão desejada junto de uma prateleira com bolos.
Quem a observava dirigiu-lhe então a palavra.
Quando se foi lentamente aproximando da caixa acabou largando a lata tão desejada junto de uma prateleira com bolos.
Quem a observava dirigiu-lhe então a palavra.
- Então não levas a lata de Coca-Cola?
- Não!
Respondeu envergonhada…
-Pois, não te chega o dinheiro, não é?
- É!
- Mas tu querias, não querias?
- Queria, mas não faz mal!
- Vai lá buscar a lata, que eu dou-ta!
- Não, obrigada, não é preciso, não faz mal!
- Vá, vai lá anda!
- Vá, vai lá anda!
Repetiu a mesma resposta.
- Vá vai lá anda não tenhas vergonha, vai depressa!
E ela foi, mesmo a tempo de quem a observava colocar a lata no seu cesto de compras.
- Vá vai lá anda não tenhas vergonha, vai depressa!
E ela foi, mesmo a tempo de quem a observava colocar a lata no seu cesto de compras.
A pessoa pagou e aguardou que a garota recebesse o pouco que sobrava dos lombos de frango.
Disfarçadamente passou-lhe a lata para a mão e recebeu um sorriso no olhar daquela criança com um brilho diferente acompanhado de um obrigada, tímido mas feliz.
- Agora diz à tua mãe que alguém te ofereceu a lata da Coca-Cola para que ela saiba como te foi parar às mãos.
- Agora diz à tua mãe que alguém te ofereceu a lata da Coca-Cola para que ela saiba como te foi parar às mãos.
Disse que sim repetindo o obrigada com o brilho do olhar.
Quarenta cêntimos fizeram a felicidade da miúda.
Não. não era Natal, era Verão e bem quente por sinal!
Não. não era Natal, era Verão e bem quente por sinal!