domingo, 6 de fevereiro de 2011

Correio Normal ou Azul?



Quantos dias leva, se for correio normal? E se for azul?
Afinal a diferença está na urgência…

Pois para mim, eu gostaria mais que dependesse do tipo de notícia! E até gostava de fazer uma lei mais ou menos assim:
Cartas de despedimento, cartas a falar de doenças, cartas do Banco a lembrar dívidas, cartas de penhoras, cartas de despejo,  cartas a acabar namoros ou casamentos, cartas a contar coisas tristes, era tudo Correio Normal!
Cartas para Amigos distantes a contar novidades e a matar saudades, cartas a comunicar nascimentos, casamentos, felicidade, cartas de Amor essas, sendo de boas notícias, obrigatoriamente tinham que seguir em Correio Azul!
Azul cor do céu e do mar, quem não gosta de azul, quem não gosta de cartas de Amor, quem não gosta de saber que alguém está feliz?
Mas o que eu gostava mesmo, mesmo, era de acabar com o Correio Normal!
Os marcos do correio são bonitos assim lado a lado, vermelhos e azuis, espalhados pelas ruas de Lisboa, mas os vermelhos bem podiam ficar vazios que ninguém se ia zangar, pois não?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sardinheiras na esquina


Quando eu era pequena na varanda da janela do meu quarto, no centro de Lisboa, havia sempre sardinheiras.
A minha mãe trocava pés de sardinheiras com as minhas tias para que as houvesse de muitas cores. Havia vermelhas, rosa, salmão, lilases, matizadas, quase de todas as cores! As mais difíceis de conseguir eram as brancas!
Naquela altura, Lisboa era uma cidade florida, as sardinheiras coloriam os prédios e as vizinhas disputavam entre si a habilidade de conseguir ter a janela mais bonita.
A vida corria devagar, havia mais tempo, as mães ficavam em casa a cuidar das suas crianças…
Hoje a vida corre depressa sem tempo para as sardinheiras…
Tenho saudades de ter uma janela com varanda. Voltava a ter sardinheiras para colorir os meus dias cinzentos…
Uma esquina com sardinheiras é sempre bonita mas já é coisa rara por aí.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sonhos



Hoje, sei lá porquê, apetece-me falar de sonhos!
Sonhos há os de muitos géneros! Sonhos de Natal, com abóbora, sem abóbora, com mais canela, menos canela, mas não é desses sonhos culinários, que me apetece falar.
Também há os sonhos enquanto dormimos, umas vezes a preto e branco, outros coloridos, alegres ou tristes mas os piores são os sonhos que se transformam em pesadelos e que nos acordam em sobressalto…
Mas eu quero é falar dos sonhos de gente acordada!
Eu tenho que confessar que sonho muitas vezes acordada, e mesmo quando sei que o sonho nunca será mais que isso, eu gosto de sonhar, sonhar…
Há quem sonhe com o Euromilhões, com lugares que gostaria de conhecer, com uma profissão brilhante, com um amor eterno, uma casa nova, um carro topo de gama, acabar com as guerras, a fome ou o que faria se tivesse uma varinha de condão… Tantas coisas com que se pode sonhar…
Até se pode sonhar em vir a ser Presidente da República!
Há muitos anos eu comecei a sonhar que havia de ser Mãe. Acho que na verdade isso começou quando eu brincava com bonecas! Ainda hoje eu adoro bonecas!
Por vezes acontece que há sonhos que teimam em não se realizar! E foi o que me aconteceu.
Eu queria mesmo ser Mãe, mas a natureza não me fazia essa gentileza.
Aí, eu dessa vez resolvi que havia de transformar o sonho em realidade, não ia deixar passar o tempo...
Troquei as voltas á Natureza, algures tinha que haver uma criança á minha espera. E havia! Tornei um sonho de gente acordada numa realidade maravilhosa.
Tenho um filho lindo que nasceu no meu coração! Hoje é já um homem!
Então não é que me dei conta que o meu coração é elástico e já tem um cantinho para os netos que hei-de ter!

É bom sonhar, não digam que não!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Museu da Carris


São bonitos, não são?
Lembra-se deles ou nunca os viu?
Pois este "jovem" com o nº 109 circulou pelas ruas de Lisboa entre 1948 e 1987
O "jovem" mais alto, o 486, também começou a circular em 1948 mas reformou-se em 1983.
Curioso mesmo é que, se andou neles e quer recordar a sensação, eles estão disponíveis para uma voltinha partindo de Santo Amaro em direcção ao Cais do Sodré passando pelo Rossio, Marquês de Pombal, Saldanha, Campo Pequeno e Entrecampos regressando depois por Belém.
Se não os conheceu pode vir a conhecer, bastando para tal marcar a viagem junto do Museu da Carris. No ano passado ocorria nos 3ºs sábados de cada mês a partir de Março com excepção de Agosto.
Ainda fica com opção de escolher viajar noutro modelo que não estes, porque ainda há mais, e vão todos em cortejo.
Pode acreditar que é divertido, seguro, não é dispendioso e vai ficar em montes de fotos e filmes porque os nossos turistas aproveitam bem o espectáculo!
Atrás destes “jovens” segue um reboque e um autocarro última geração, just in case...
Aconselha-se a viagem em dia de pouco calor porque ar condicionado, já era…


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Banco de Pedra


Ali me sentei e descansei...
Depois, retomado o fôlego, pensei…
Que mania esta de dar vida às coisas!
Porque hei-de passar o tempo sempre a pensar?
É só um banco de pedra, nada mais…
A pedra está fria e velha cheia de tempos passados…
Mas tu banco se um dia falares, que histórias terás para contar?
Quantos velhos se sentaram em ti e choraram a sua solidão?
Quantas crianças correram á tua volta inocentes e felizes?
Quantos beijos foram por ti testemunhados?
Quantas zangas de namorados?
E agora banco, quantos se sentam em ti e choram?
Sem emprego…
Sem futuro…
Sem pão…
E tu banco, tu frio, sem palavras, sem respostas, não falas…
E eu?
Eu falo, não sou de pedra, não sou fria mas também não tenho respostas, só perguntas…
E agora, que faço, que amargura, que futuro?
E deixo-te de novo sozinho e sigo o meu caminho, pensando…
Porque penso eu tanto?

domingo, 23 de janeiro de 2011

A Calçada Lisboeta


São as pedras das nossas calçadas nos caminhos de todos os dias...
Pedras que foram partidas, moldadas e escolhidas...
Ali colocadas pelas mãos calejadas dos calceteiros...
Batidas com força, sei lá se com raiva...
Mas que são arte, isso são...
E que destino?
Umas vezes pisadas aqui e ali sem rumo certo...
Outras, devagar, no desejo de adiar o que não pode ser mudado...
Algumas vezes pisadas com dor, desespero...
Por vezes inundadas de chuva ou lágrimas, que diferença?
Outras, com alegria e felicidade, correndo para um Amor que espera...
Outras, sentindo os protestos da vida, palavras de ordem, de luta...
Mas como se sentirão as pedras assim pisadas?
Será que sentem, terão alma?
Mas que são bonitas as pedras da calçada, isso são!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Estação Ferroviária do Rossio e o rei D. Carlos

E aqui está por debaixo do bonito relógio da Estação Ferroviária do Rossio o Rei D. Carlos!
Se quer conhecer melhor a Estação do Rossio, detalhes da construção do túnel, da sala real agora já recuperada consulte o link abaixo: 
http://www.ocomboio.net/PDF/refer/refer_exporossio_catalogo.pdf