segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

As Máscaras da Vida




Máscara de “Palhaço” Rico:
Eu tenho isto, eu tenho aquilo, eu sou assim, eu sou assado...
Mostra o Mercedes, veste marcas, ajeita o cabelo grisalho ...
Verdade da história: 
Não tem nada!
É pobre de sentimentos,
Olha o cego de lado e não estende a mão,
Olha a velhota carregada e pensa: Os filhos tinham obrigação!
Esquece que há filhos que trabalham até à exaustão...
Olha o pobre de soslaio e pensa: Que mal vestido!
Olha o imigrante e pensa: Desgraçado, deve andar a roubar!
Limpa a consciência no peditório da Luta contra o  Cancro.
Continua a limpeza com dois pacotes de arroz para o Banco Alimentar.












 

Máscara de “Palhaço” Pobre:
Eu não tenho nada!
A fábrica vai falir...
Como vou pagar a prestação da casa?
E a revisão do carro?
E os miúdos que gostavam tanto duma PlayStation?
Mas é tão rico...
Cego com quem se cruze não atravessa a rua sozinho,
Não há velhota a quem não pegue no saco das compras,
Olha o mais pobre ainda e pensa:
Tenho no fundo do armário uma camisola que lhe deve servir...
Olha o imigrante e pensa: Tanta guerra naquela terra!
No peditório do Cancro pede desculpa por dar tão pouco...
Para o Banco Alimentar compra leite e bolachas pensando nas crianças...
 
  
Máscara de "Funcionário Eficiente“ (Supostamente)
Corre, corre pelos corredores...
Dobra-se em vénia oriental quando o Chefe chega...
Quando se atrasa desdobra-se em desculpas,  justifica-se...
Tosse, espirra, suspira, mostra-se doente, sacrificado...
Abre e fecha os armários como se procurasse algo...
Importante, muito importante claro!
Ri-se muito na cara do Chefe quando ele diz uma graçola...
Insinua-se, mostra-se, fala alto, para o Chefe ouvir...
Espera uma promoção que não tardará a chegar...
Nas costas, no íntimo, chama-lhe filho da mãe...
Quando chega a promoção, que sempre chega...
O Chefe passa a ser um gajo porreiro...

 
   
Máscara de Funcionário "Medíocre” (Erradamente)
Não corre pelos corredores, não se ouve...
Dá um bom dia tão sumido que o Chefe nem dá por ele...
Não abre nem fecha as portas dos armários insistentemente...
Sabe exactamente onde encontrar o que quer...
Quando se atrasa pede simplesmente desculpa...
Sorri, discretamente quando o Chefe diz uma graça...
Fala baixo, não se ouve, ninguém dá por ele...
Dói-lhe tudo, tem febre mas nunca está doente…
Espera secretamente uma promoção...
Mais que justa, todos o reconhecem...
Nunca chega...
O Chefe continua a ser respeitado, desculpado...
É leal, é conformado…
Às vezes acontece tornar-se Amigo do Chefe
Para sempre...
Nunca terá uma promoção…
Aumento? Só se for de trabalho…
Chefe que é Chefe não favorece Amigos!

     


Máscaras da Vida quem as não viu?
Quem as não põe neste palco que é a Vida?

Obs.: As imagens deste texto foram retiradas da Internet..
                                            

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