A 15 de Março de 1961 começou a Guerra Colonial!
Passaram-se 50 anos e os que a viveram não estão esquecidos disso. Nem podem estar porque o horror de uma guerra não se esquece nunca!
O Sr. Presidente da Republica prestou hoje homenagem aos cerca de 9000 jovens que nessa guerra perderam a vida. Trata-se, quanto a mim, de uma homenagem que se reveste de muito pouco significado.
Porquê?
Porque, para além dos que morreram, muitos ficaram estropiados fisicamente e o Estado pouco ou nenhum apoio lhes deu. Uma pensão de guerra e que mais? Que dinheiro paga uma perna, a cegueira, um braço, o sofrimento fisico de uma vida inteira?
Outros ficaram estropiados mentalmente, também os há e infelizmente muitos, que ainda acordam de noite em sobressalto, ou que se tornaram alcoólicos, outros são violentos, outros sem-abrigo, outros incapazes para o trabalho, outros vivem sozinhos porque a família não conseguiu combater os seus fantasmas e ajudá-los.
Porquê?
Porque, para além dos que morreram, muitos ficaram estropiados fisicamente e o Estado pouco ou nenhum apoio lhes deu. Uma pensão de guerra e que mais? Que dinheiro paga uma perna, a cegueira, um braço, o sofrimento fisico de uma vida inteira?
Outros ficaram estropiados mentalmente, também os há e infelizmente muitos, que ainda acordam de noite em sobressalto, ou que se tornaram alcoólicos, outros são violentos, outros sem-abrigo, outros incapazes para o trabalho, outros vivem sozinhos porque a família não conseguiu combater os seus fantasmas e ajudá-los.
O estudo de uma médica do Hospital Militar de Coimbra Luísa Sales, apresentado no âmbito de um Congresso Nacional de Psiquiatria e Saúde Mental, conclui que, em determinados indivíduos os sintomas revelaram-se no decorrer do cumprimento do serviço militar, mas registaram-se também manifestações 30 anos depois.
E que apoio lhes deu o Estado para o stress pro-traumático? Anos de espera por uma consulta que, por vezes, nunca chegou…
E é só? Não, não é!
Porquê?
Porque ao lado desses homens vivem as suas mulheres e os seus filhos que nunca foram á Guerra mas que a vivem todos os dias.
Um outro estudo, apresentado por João Monteiro Ferreira, analisou uma amostra de 91 veteranos de guerra e de 58 mulheres de alguns deles.
E que apoio lhes deu o Estado para o stress pro-traumático? Anos de espera por uma consulta que, por vezes, nunca chegou…
E é só? Não, não é!
Porquê?
Porque ao lado desses homens vivem as suas mulheres e os seus filhos que nunca foram á Guerra mas que a vivem todos os dias.
Um outro estudo, apresentado por João Monteiro Ferreira, analisou uma amostra de 91 veteranos de guerra e de 58 mulheres de alguns deles.
Deste grupo, com elementos pertencentes a tropas especiais que efectuaram serviço em África, 66% revelaram sintomas de stress pós-traumático, enquanto 78% das mulheres são portadoras de condições de stress pós-traumático secundário.
E falo aqui de estudos nacionais para não falar dos Americanos que nessas coisas são largamente experientes.
Portanto hoje, deixo aqui a minha homenagem a todos os Combatentes das nossas ex-Colónias mas, e principalmente, a todas as Mulheres e Filhos de ex-Combatentes que ainda hoje sofrem por si e por eles! É que se os primeiros são esquecidos muito mais o são estes!
E falo aqui de estudos nacionais para não falar dos Americanos que nessas coisas são largamente experientes.
Portanto hoje, deixo aqui a minha homenagem a todos os Combatentes das nossas ex-Colónias mas, e principalmente, a todas as Mulheres e Filhos de ex-Combatentes que ainda hoje sofrem por si e por eles! É que se os primeiros são esquecidos muito mais o são estes!
As imagens que acompanham este texto foram obtidas no Cemitério de Nacional de Arlington no Estado da Virgínia, o mais conhecido cemitério militar dos Estados Unidos da América.
1 comentário:
Foi ontem????? quem diria !!!! 50 anos !!!!! se fosse um assassinato esquesito em NY nunca mais se calavam......
Bem escrito.
um beijo
j.ventura
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