quinta-feira, 7 de abril de 2011

Portugal, Portugal estou farta de música rasca...


Hoje, na primeira página do Diário de Noticias, Passos Coelho afirma: Este pedido de ajuda faz-se para que os portugueses vivam com menos angústia.

Pouco mais abaixo sob o título Medidas, diz-se: Salário mínimo vai sofrer corte ou estagnar até 2014.

Terei aqui que afirmar que não pertenço nem sou militante de nenhum Partido Politico. Nunca participei numa manifestação. Gosto mais de as observar.

Fiquei assim quando antes do 25 de Abril de 1974 me vi, involuntariamente, no meio de uma manifestação de estudantes e de polícia de choque armada e com cães de dentes afiados! Ainda hoje estou para saber como o cão mesmo ao meu lado não me deu uma dentada e o polícia não fez uso da força.

Mais tarde, aquando do 25 de Abril, mais propriamente no dia 26 saí de casa com a minha família sob protecção militar, porque morava perto do edifício da PIDE e eles estavam prontos para atacar. Na véspera ouvi os tiros que mataram as poucas vítimas de uma revolução de cravos… Ainda hoje lhes recordo os gritos!

E agora dou comigo a meditar como foi que perdemos todos os sonhos e chegamos a este ponto?

Que País é este de que tanto gosto mas que deixamos estragar tudo?

Só consigo pensar que a culpa é nossa. Deixamos levar-nos por palavras de boas intenções mas que escondiam muita outra coisa.

Dizem que há uma geração á rasca? Uma? Não, várias o que é muito pior!

A geração dos jovens licenciados, altamente qualificados como se diz, mas do que eu sinceramente duvido quando vejo os erros que dão na sua língua materna, quando mostram uma total ignorância da nossa história, da nossa cultura e da cultura em geral. Talvez altamente qualificados se entenda pela velocidade com que mandam mensagens de telemóvel e usam as novas tecnologias…

E a geração anterior? A geração que aos 20 anos andava de espingarda no meio do mato, que lutou, matou para não ser morto, que regressou e voltou á luta casou, teve filhos, comprou casa, trabalham alguns desde os 14, 15 anos, educou os filhos que hoje se intitulam “geração à rasca” mas que tiveram todas as mordomias, geração que agora esperava a reforma para finalmente descansar e ela lhes foge entre os dedos porque aumentou a idade da reforma e os filhos continuam em casa?

Geração que tem que continuar a trabalhar e não consegue dar apoio aos pais, aos sogros? Não está esta geração também á rasca? Se não lhe querem também chamar geração á rasca poder-se-á, talvez até seja mais apropriado, chamar-lhe geração sanduíche porque na verdade está entalada entre os pais e os filhos, quando não também os netos!

País, para onde caminhas tu se nós não mudarmos o rumo á nossa vida?

País sem Justiça, sem Saúde, sem Educação, sem Moral, sem Princípios mas que vai ter um TGV para Madrid quando eu na EasyJet compro um bilhete de ida e volta por 20 euros!

Temos que pensar até Junho mas pensar com a NOSSA cabeça!
 Isto tem que mudar!

1 comentário:

Unknown disse...

Gina, concordo plenamente contigo. Tudo que dizes é a pura das verdades. Este teu artigo era digno de se publicado numa revista, para que mais gente podesse disfrutar dele.
Bjs amiga e Deus permita que esta geração, consiga reerguer este Portugal que alguns conseguiram deitar no abismo.