terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Alberto Eduardo Estima de Oliveira (1.07.1934-1.06.2008)

Há dias fotografei em Lisboa, no Chiado, a estátua de Fernando Pessoa e deixei que a sua poesia falasse por mim.
Hoje falo de um Amigo que transformava as palavras em poesia. Poesia que foi traduzida para chinês e inglês.
Um Amigo que nunca dizia adeus porque no seu dicionário essa palavra não existia. Quando nos despedíamos era sempre com um até breve... 
Um Amigo com quem aprendi que as pessoas não desaparecem. Eles ficam connosco para sempre no nosso coração. Hoje sei que é assim porque me lembro todos os dias dos que amei e já partiram.
Um Amigo que me ouvia e partilhava comigo com extrema simplicidade momentos de alegria e boa disposição. Confesso que tenho uma grande saudade desses momentos. 
Não lhe pesavam os livros publicados e as distinções alcançadas.
Um Amigo que  sofreu muitos reversos da Vida mas que me pedia sempre para eu não me esquecer de ser feliz!

Olhar o sol                    
não
o sol

que me
olhe a mim
do alto da
sua grandeza.
 
eu fico
por aqui
olhando
a terra
onde germina
minha própria fraqueza 

                       extraído de "Infraestruturas"
 
 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Fernando Pessoa


Hoje resolvi ceder este espaço a Fernando Pessoa, espaço que fica na minha opinião, muito bem entregue.
Como habitualmente a foto foi tirada por mim, um dia destes, enquanto descia o Chiado.

                                          Isto

                                          Dizem que finjo ou minto
                                          Tudo que escrevo. Não.
                                          Eu simplesmente sinto
                                          Com a imaginação.
                                          Não uso o coração.

                                          Tudo o que sonho ou passo,
                                          O que me falha ou finda,
                                          É como que um terraço
                                          Sobre outra coisa ainda.
                                          Essa coisa é que é linda.

                                          Por isso escrevo em meio
                                          Do que não está de pé,
                                          Livre do meu enleio,
                                          Sério do que não é.
                                          Sentir? Sinta quem lê!

                                                               Fernando Pessoa


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Dia dos Namorados

Afinal que dia é este dedicado aos namorados, apaixonados ou talvez não?

A lenda diz que S. Valentim, o dos namorados, viveu no século III e seria um bispo que acabou por morrer apaixonado pela filha do carcereiro que era invisual.

Verdade, mentira, sei lá eu! Porque na verdade, segundo a Igreja Católica, existem mais santos, chamados de Valentim.

Mas afinal, há paixões eternas? Segundo um estudo norte-americano isso é só conversa porque esse estado de alma é provisório e dura apenas entre 18 a 30 meses! Conclusão, ninguém vive eternamente apaixonado!

Há quem diga que não é bem assim. Talvez tenham razão… não se diz também que não há regra sem excepção?

E ainda há quem acrescente que o Amor é apenas uma questão química! Outros apenas uma necessidade física!

Sabem que mais? Eu, por mim, uma coisa tenho certa, gosto de amores-perfeitos e dos postais antigos da minha avó!

Um dia conto-vos a história da minha avó e ponho aqui mais postais antigos!




domingo, 13 de fevereiro de 2011

São rosas Senhor, são rosas!

Quando se dirigia ao Mosteiro de Santa Clara Dona Isabel de Aragão casada com o rei D. Dinis, conseguiu quando interpelada por este, o milagre de transformar em rosas a prata e o ouro que levava no seu manto para dar aos pobres.

Era Janeiro, como poderia haver rosas em Janeiro? Só mesmo com um milagre por isso passou a ser conhecida como a Rainha Santa Isabel!

D. Isabel nasceu em Saragoça ou Barcelona entre 1269 e 1270 e faleceu em Estremoz a 4 de Julho de 1336, vitima da peste, estando enterrada no mosteiro de Santa Clara em Coimbra.

Mandou construir o Hospital de Coimbra, o de Santarém e o de Leiria. Nesta cidade fundou, também, um recolhimento para mulheres e ainda uma albergaria em Odivelas.

Mera coincidência, ou talvez não, D. Dinis faleceu a 7 de Janeiro de 1325.

Janeiro é o primeiro mês do ano, frio e chuvoso, meteorologicamente falando, mas se isso se suporta com mais uma camisola e um chapéu-de-chuva, este ano foi também o mês em que os nossos impostos subiram e os vencimentos desceram.

Todos, com excepção dos ricos, sentem na pele um frio que não se sabe quando termina!

Que falta nos faz agora a rainha Santa Isabel para fazer um milagre contrário ao que contribuiu para a sua canonização em 1625!

Conseguiria ela transformar em prata e ouro o molho de rosas que todos nós, de boa vontade, colocaríamos no seu regaço?

Aqui deixo as minhas!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

La Vie en Rose

Hoje o texto não é meu, nem a mensagem que transmito.
Minha apenas a fotografia tirada nos Estados Unidos. Ela pretende ser uma homenagem a quem sofre, sofreu ou morreu de cancro. Para quem sobrevive, a Vida nunca mais é igual.
Essa homenagem estende-se ao Mundo porque, infelizmente, a doença é cega e universal.
Daí a escolha de uma foto tirada do outro lado do Atlântico na modesta pretensão de simbolizar, através da distância, essa imensidão...


No dia 27 de Fevereiro, o Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) promove um espectáculo musical intitulado “La Vie en Rose”. 

Esta iniciativa vai decorrer no Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz, e tem início previsto para as 17 horas. As sopranos Inês Santos e Ana Diniz, o Grupo de Cavaquinhos do Louriçal e o grupo de teatro 7VIDAS são alguns dos nomes que fazem parte do programa desta iniciativa.

O preço de cada bilhete é de 5 euros e as receitas do espectáculo revertem para o Núcleo Regional do Centro da LPCC.

Programa:

Inês Santos - voz
Ana Diniz - voz
Fernando Falcão - piano
Luís Martins - acordeão
Luís Miranda - guitarra
Grupo de Cavaquinhos do Louriçal
7VIDAS - teatro negro

Para mais informações:
70anos@ligacontracancro.pt

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Correio Normal ou Azul?



Quantos dias leva, se for correio normal? E se for azul?
Afinal a diferença está na urgência…

Pois para mim, eu gostaria mais que dependesse do tipo de notícia! E até gostava de fazer uma lei mais ou menos assim:
Cartas de despedimento, cartas a falar de doenças, cartas do Banco a lembrar dívidas, cartas de penhoras, cartas de despejo,  cartas a acabar namoros ou casamentos, cartas a contar coisas tristes, era tudo Correio Normal!
Cartas para Amigos distantes a contar novidades e a matar saudades, cartas a comunicar nascimentos, casamentos, felicidade, cartas de Amor essas, sendo de boas notícias, obrigatoriamente tinham que seguir em Correio Azul!
Azul cor do céu e do mar, quem não gosta de azul, quem não gosta de cartas de Amor, quem não gosta de saber que alguém está feliz?
Mas o que eu gostava mesmo, mesmo, era de acabar com o Correio Normal!
Os marcos do correio são bonitos assim lado a lado, vermelhos e azuis, espalhados pelas ruas de Lisboa, mas os vermelhos bem podiam ficar vazios que ninguém se ia zangar, pois não?

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Sardinheiras na esquina


Quando eu era pequena na varanda da janela do meu quarto, no centro de Lisboa, havia sempre sardinheiras.
A minha mãe trocava pés de sardinheiras com as minhas tias para que as houvesse de muitas cores. Havia vermelhas, rosa, salmão, lilases, matizadas, quase de todas as cores! As mais difíceis de conseguir eram as brancas!
Naquela altura, Lisboa era uma cidade florida, as sardinheiras coloriam os prédios e as vizinhas disputavam entre si a habilidade de conseguir ter a janela mais bonita.
A vida corria devagar, havia mais tempo, as mães ficavam em casa a cuidar das suas crianças…
Hoje a vida corre depressa sem tempo para as sardinheiras…
Tenho saudades de ter uma janela com varanda. Voltava a ter sardinheiras para colorir os meus dias cinzentos…
Uma esquina com sardinheiras é sempre bonita mas já é coisa rara por aí.